Egocentrismo na educação infantil

Qual papai ou mamãe nunca passou pela situação do “é meu!”, quando o seu pequeno pupilo se nega de todas as formas a dividir o que tem com outro? Quem nunca presenciou uma cena de birra no mercado quando o tutor de um pequeno ser não o presenteia com aquilo que ele quer?

Essa atitude que vemos – quase que sempre – e tachamos como “má educação”, na verdade, tem um nome e uma explicação: egocentrismo infantil.

Como assim?

O egocentrismo infantil é a fase que toda criança de 0 a 6 anos passa, e papais e mamães leitores, acalmem-se, é natural. Nessa fase, a criança ainda não aprendeu a se colocar no lugar do outro, e até então só enxerga o mundo de um único ponto de vista: o dela. Ou seja, eles se vêem como se o mundo girasse em torno de suas vontades.

Apesar de ser um comportamento normal da fase da infância, afinal, é nesse momento que os pequenos estão descobrindo quem são, e como ver o mundo, educar e auxiliar é papel dos pais e mães em todas as fases, e para ajudá-los a ensinar os pequenos a verem outros ângulos do mundo, existem informações que você precisa saber.

Relacionar-se com o outro, faz mais do que bem: é ótimo!

Os relacionamentos humanos são necessários. Com já dizia Tom Jobim: é impossível ser feliz sozinho. E é mesmo. Não necessariamente em um romance, mas a felicidade está em ter alguém com quem você possa contar, seja um irmão, cônjuge ou amigo. Relacionar-se é ser feliz!

Essa parte de se relacionar com o outro é fundamental para o crescimento e desenvolvimento da concepção do outro nas crianças, afinal, como ela vai se por no lugar do outro se ela não o vê e não se reconhece nele?

A escola é o local onde as crianças aprendem a conviver em harmonia. O papel do professor é auxiliar na educação para o convívio social nessa fase da vida. Ele estimula o convívio dos pequenos, uns com os outros, para que se percebam e se identifiquem no outro, dando início à empatia.

Seu “neném” não é egoísta

Chamar seu filho (a) de egoísta não o fará se diferente. Entenda, nessa fase, ele está aprendendo a se relacionar com o outro, e para que ele não se torne uma pessoa egocêntrica, é necessário que haja a participação de seus tutores nesse processo.

Incentivar o pequeno a dividir, compartilhar e compreender o outro é a chave para que ele compreenda que o mundo não gira em torno do seu próprio nariz.

Além dessas dicas, conversar, explicar e compreender são fundamentais para o entendimento da criança. Entregá-la na creche e buscá-la pela tarde sem conversar, e saber dela como ela está, não auxiliam para mudar positivamente a fase de egocentrismo.

Estimule, estimule e estimule!

Cada vez mais estamos vivendo em um mundo individualista e egocêntrico onde cada um só pensa em si mesmo. Infelizmente, os convívios pessoais e relações estão sendo substituídos por celulares, computadores, jogos eletrônicos e etc. É cada dia mais comum achar “fofo” que uma criança de 1 ano já sinta o desejo por aparelhos eletrônicos, e conforme o tempo passa, fique cada vez mais viciada na vida digital.

Estimular o convívio social real é importantíssimo para essa fase. Leve seu filho (a) ao parque, brinque com ele, leve-o para a fazenda, mostre os animais, joguem xadrez e se divirtam com outras crianças também. Estimular o convívio natural aumenta o sentimento de se reconhecer no outro como igual, e ter contato físico é essencial para acalentar as relações pessoais.

Acima de tudo lembre-se: é uma fase e seu pequeno precisa de você para crescer e ser um ser humano extraordinário.

DICA DE LIVRO: O REIZINHO MANDÃO
AUTORA: RUTH ROCHA
ILUSTRAÇÕES: WALTER ONO